A expressão inglesa self-service significa ‘servir-se a si mesmo’,
geralmente num contexto de restaurante. Você tem o poder de escolher o cardápio
que quiser. O que mais lhe apetece é isto que você escolhe. A teologia do
servir-se a si mesmo é extremamente egocêntrica. Aliás, ela é
antropocêntrica, isto é, o seu fundamento é o homem e seus interesses pessoais.
Nesta teologia eu pago para me servir e também ser servido. O mais importante é
fazer a minha vontade, é o que penso. Não tenho interesse no que o outro
precisa, mas no que eu necessito.
Esta é a pratica de muitos membros de nossas
igrejas. Vivemos um tempo de egoísmo galopante. As pessoas não aceitam
determinadas mensagens. Desejam se servir de mensagens que falam de coisas
‘positivas’ e ‘prósperas’. A teologia self-service tem um viés
pragmático. As pessoas são seletivas e artificiais.
O principio desta teologia é que eu tenho o poder de decidir o que é melhor
para mim. Não tenho interesse em mensagens que condenam o pecado e suas diversas
formas. Esta teologia é volúvel. A sua sustentação é comprometedora.
Ela também
é eclética. Tem toda a chance de ser mística. Ela desenvolve membros de Igreja
descomprometidos com a mensagem da cruz, com o evangelho de Jesus. Afasta as
pessoas e trabalha fortemente o individualismo. Ela não está interessada na
pregação do genuíno evangelho, mas naquilo que mais funciona para o prazer dos
seus adeptos. Na teologia self-service, o que me dar mais prazer em
degustar é aí que tenho todo o meu interesse. Os seguidores desta teologia mudam
de igreja com muita facilidade.
Há muitas igrejas que têm um cardápio variado
para todos os gostos. O que importa mesmo é agradar a todos. O negócio é exercer
a “política da boa convivência”.
Os que seguem a teologia self-service não têm fundamentos sólidos.
Escolhem não aquilo que mais edifica, a semelhança com Cristo, mas o que dá mais
prazer. Vivem mais pelo pensar e sentir do que pela fé. Há uma tendência muito
forte de liberalismo como modo de vida. Os fins justificam os meios. Os
judaizantes que infernizaram os irmãos da Galácia e deram muito trabalho a
Paulo, eram da teologia do servir-se a si mesmo. Eles rejeitaram a
suficiência da obra de Cristo na cruz para optarem pelo cardápio mais
“sofisticado”. Era o cardápio da justiça própria, do mérito pessoal para a
salvação. O conteúdo da suficiência de Cristo não era relevante e, por isso,
agregaram ao prato outro ingrediente para complementar e trazer prazer ao
paladar teológico deles. O modelo desta teologia é o “eu mesmo”. O que importa é
quem sou e o que quero. Valorizo o meu desempenho pessoal. Eu sou o centro e
Cristo é periférico.
Esta teologia pode ser substituída pelo serviço a Deus e ao próximo. Só
podemos vencer a teologia do ‘servir-se a si mesmo’ (egocêntrica) pela teologia
da cruz (cristocêntrica). A nossa felicidade não está em fazer a nossa vontade,
mas a vontade de Deus em Cristo Jesus. Fomos libertos do Maligno e de nós mesmos
para fazermos toda a vontade de Deus (Gl 5.1). O cristianismo autêntico tem
prazer em servir com alegria e singeleza de coração. O nosso modelo é Jesus (Mt
20.28; João 13). Jesus não serviu a Si mesmo, mas a nós se entregando em
sacrifício vicário na cruz (Fil 2.5-8). Fomos chamados para exercermos o
diaconato, servindo às pessoas. Pertencemos ao Reino dos servos, cujo Senhor é
Jesus.
Ele é o nosso modelo de alguém que não pensou em Si mesmo, mas em nós. A
Sua teologia era servir ao Pai dando a Sua vida por nós na cruz. É por esta
razão que o apóstolo Paulo ensinou magistralmente aos crentes em Roma ao dizer:
“Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum de nós morre para si. Pois, se
vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De modo
que, quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.7,8).
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Pastor da Segunda Igreja Batista em Barra Mansa – RJ
Fonte: www.adiberj.org
Pastor da Segunda Igreja Batista em Barra Mansa – RJ
Fonte: www.adiberj.org