Adoração – O que é certo?

Adoração sempre foi um dos assuntos mais discutidos em toda a história da igreja; começou nos tempos de Jesus. Em João 4.19-24 já temos a pergunta da mulher samaritana sobre esta questão. Ali Jesus ensinou os três princípios básicos da adoração correta: ela é um ato de comunhão entre o homem e Deus, portanto requer intimidade (“Nós adoramos o que conhecemos” – v. 22); deve ser praticada no interior da pessoa, antes que no exterior (“É necessário que os que o adoram o adorem em espírito” – v. 24) e deve ser exercida com base na verdade de que Deus é o Senhor de todas as coisas e de que o ser humano foi criado para servi-lo (“É necessário que os que o adoram o adorem (….) em verdade” – v. 24).
 
Jesus está dizendo que o mais importante é a natureza, a atitude e o propósito da nossa adoração e não a sua forma. Infelizmente temos perdido muito tempo e energia discutindo e divergindo sobre a forma da adoração.
Para descobrir como isso não é importante basta imaginar a seguinte situação: se estivermos num deserto, sem energia elétrica, sem nenhum instrumento musical, mesmo assim ainda poderemos cultuar a Deus? Sim, poderemos, porque a única exigência essencial para que haja adoração é que estejam presentes os que adoram e aquele que é adorado. O resto – local, equipamentos, instrumentos, músicos – é forma.

Há uns anos atrás assisti uma palestra de um missionário que atuava na Palestina. Ele disse que a igreja que dirigia era clandestina. Por causa da perseguição dos radicais islâmicos, os 137 irmãos precisavam caminhar três horas e meia para dentro do deserto para reunir-se secretamente. Um dos presentes perguntou como era o culto. O missionário respondeu: “Não temos luz, não podemos usar instrumentos musicais e nem podemos fazer muito ruído, mas começamos às 22,30 h e vamos até às 5,00 h do dia seguinte. E eu nunca participei de cultos tão maravilhosos como aqueles ali no deserto”. Será que, no lugar dele, você poderia dizer o mesmo?

Pr. Sylvio Macri
Pastor da IB Central de Oswaldo Cruz-RJ