A palavra de Cristo habite ricamente em vós, em toda a sabedoria; ensinai e
aconselhai uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a
Deus com gratidão no coração. (Cl. 3.16)
O texto acima define bem o que é adoração bíblica.
Em primeiro lugar, é uma adoração inteligente, e não uma atividade que vise
apenas provocar emoções, movimentos corporais, êxtase e contemplação. A adoração
bíblica gera resultados duradouros na vida do adorador, com ensino e
encorajamento baseados na Bíblia. O texto fala da riqueza da Palavra e em sermos
sábios no usá-la para instrução e conselho. A Bíblia tem um lugar central na
adoração cristã.
Em segundo lugar, é uma atividade dirigida ao Senhor. A pessoa adorada é o
Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito Santo, que é quem deve ter a verdadeira
satisfação com a adoração. Mas também satisfaz o adorador, pelo fato de este ser
instruído e encorajado no seu encontro com Deus e com os outros irmãos.
E nisso chegamos à terceira verdade sobre a adoração bíblica: nela nos
dirigimos a Deus, mas também nos dirigimos aos outros. A Deus, louvamos, e uns
aos outros, ensinamos e encorajamos. A adoração é feita na diversidade: de
pessoas – um corpo com muitos membros, todos diferentes; e de formas – salmos,
hinos e cânticos espirituais, que precisamos aceitar e praticar.
Em quarto lugar, o verdadeiro templo da adoração cristã é o coração dos
adoradores, e não o edifício em que eles possam estar reunidos. Por mais
sofisticada que seja a tecnologia instalada nesse lugar, e por mais refinada que
seja a arte dos que a lideram a adoração, esta não será verdadeira se não for de
coração.
Por último, a atitude que caracteriza a adoração cristã é de gratidão. O
adorador vem ao encontro de Deus e dos irmãos principalmente para agradecer, e
não para pedir. Uma adoração baseada só em satisfação pessoal não é bíblica.
Aliás, a atitude de ação de graças deve marcar tudo o que o cristão faz
(Cl.3.17).
Em Efésios 5.18-21 temos uma passagem bem igual à que citamos no início. Ali
estão os mesmos ensinos a respeito de sermos habitados pelo Senhor (que é o
objeto da adoração), do compartilhamento do louvor, da atitude de gratidão e do
apoio uns aos outros. Nela, porém, vemos mais nitidamente as marcas da adoração
bíblica, além da sua definição, que já discutimos acima.
A adoração bíblica traz a marca do Espírito. Paulo diz: Não vos embriagueis
com vinho, que leva à devassidão, mas enchei-vos do Espírito (v.18). Portanto,
não se trata de emocionalismo barato nem de entusiasmo movido a estímulos
externos, mas de algo que vem de dentro do crente, do Espírito de Deus que
habita o seu coração. É, por isso, uma adoração santa, espiritual, que dá lugar
ao Deus verdadeiro, e não à exaltação carnal.
A adoração bíblica leva a marca da alegria. Ouçamos o apóstolo: Falando entre
vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando o Senhor no
vosso coração (v.19). Tiago 5.13 diz: Alguém entre vós está aflito? Ore. Alguém
está contente? Cante louvores. Os cristãos são um povo alegre; têm uma esperança
maravilhosa nesta vida e além dela, por isso são as pessoas mais felizes do
mundo (1 Co.15.19). E por isso cantam muito.
A adoração bíblica tem também a marca da gratidão. Veja o que Paulo ensina:
Sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo
(v.20). Quem se viu pobre miserável, cego e nu e de uma só vez recebeu o dom
gratuito de Deus em Cristo Jesus, tem mesmo que ajoelhar-se e colocar o rosto em
terra, numa atitude de gratidão permanente ao Senhor que o salvou. Adoração é
basicamente gratidão.
E por último, a adoração bíblica é marcada pela humildade. Paulo exorta:
Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo (v.21). Não há nenhum lugar
para vaidade, egoísmo ou exaltação pessoal na adoração ensinada pelo apóstolo.
Pelo contrário, devemos preferir em honras uns aos outros (Rm.12.10), pois
ninguém adora sozinho. Uma adoração que privilegia um grupo em detrimento de
outro não é bíblica.
Portanto, a adoração bíblica é inteligente, é devida só a Deus, começa no
coração do adorador e é praticada na diversidade do corpo de Cristo, trazendo as
marcas do Espírito, da alegria, da gratidão e da humildade.
Pr. Sylvio Macri
Pastor da IB Central de Oswaldo Cruz-RJ
Fonte: www.adiberj.org
Pastor da IB Central de Oswaldo Cruz-RJ
Fonte: www.adiberj.org