“Mas, para que não os escandalizemos,
vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a
boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti” (Mt.17:25 –
IBB, revisada, de acordo com os melhores textos).
O
texto se refere a um tributo eclesiástico que era cobrado no mês de março de
cada ano, conforme ordem de Deus, registrada por Moisés em Êxodo 30:11-16. Todo
o judeu de mais de 20 anos até aos 50 anos deveria pagá-lo, para a manutenção
do templo e dos serviços alí oferecidos a quem o templo pertencia, o Pai de
Jesus. Para ele o templo era a casa de seu Pai. “...não façais da casa de meu
Pai casa de negócio.” (Jo.2:16)
Jesus
que magistralmente disse: “Dai, pois a Cezar o que é de Cezar e a Deus o que é
de Deus” (Mt.22:21) estava, logo após o momento em que os cobradores do tributo
do templo bateram à porta da casa de Pedro, fazendo um milagre todo singular
para “dar a Deus o que é de Deus”.
Pelo
fato dos reis da terra não cobrarem impostos e tributos de membros de sua
família, mas sim dos súditos, e ser o templo a casa de seu Pai, e Ele, verdadeiramente
o Filho de Deus, logo, estaria isento desse tributo, no entanto, preferiu
pagá-lo para não dar o que falar, para calar a boca dos que O marcavam em cima.
Que
lições temos nesse precioso texto?
1-
Jesus pagou o tributo para a manutenção do templo em Jerusalém. Ele havia dito
que “basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo como seu senhor” (Mt.10:25
), logo, nos deu exemplo para que, também, cheguemos juntos financeiramente
para a manutenção do templo onde nos congregamos e para os serviços que são
oferecidos a Deus e à comunidade. Falando contra os escribas e fariseus, avalizou
o dízimo, conforme Mateus 23:23.
Jesus
não nos isentou, porque Ele mesmo não se isentou, embora tivesse essa
prerrogativa, por ser Filho do Rei.
2-
O caixa do ministério de Jesus estava zerado. Não havia nele 4 (quatro) dracmas,
que correspondiam a um estáter, para o pagamento de seu tributo e o de Pedro.
Era um ministério pobre, do ponto de vista material, bem diferente dos
“ministérios” que conhecemos hoje, que lutam por bons horários na TV porque há
horários que “não dão dinheiro”. Pedro
disse, após formação da igreja, ao paralítico que esmolava à porta do templo, chamada
Formosa: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho, isso te dou; em nome de
Jesus Cristo, o nazareno, anda. Nisso, tomando-o pela mão direita, o levantou;
imediatamente seus pés e artelhos se firmaram”.(At.3:6,7). Este Pedro é aquele
que não tinha duas dracmas para pagar o tributo do templo, mas tinha o que a
maioria de nós não tem, o poder do Espírito Santo agindo em suas vidas.
3-
Para não escandalizar, para não ofender. Há um bem maior do que o nosso bem
pessoal. Muitas vezes temos direitos, estamos corretos, mas, a bem da Causa, a
bem da unidade familiar, a bem da comunhão do corpo de Cristo, da comunidade
onde congregamos, a bem da salvação de alguém, devemos abrir mão de nosso
direito, como Jesus o fez.
Há
outras lições, mas vou deixar a pesquisa por sua conta.
“Dá-lho
por mim e por ti”, disse Jesus, nosso modelo, nosso exemplo, de quem devemos desejar
uma boa avaliação, uma boa nota naquele dia.
Eraldo
Coelho Bernardo
Pr.
Titular da Igreja Batista Memorial em Manguinhos, Rio, RJ.