Apenas um olhar

No dia vinte de janeiro os olhos do mundo estavam voltados para a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama. Nesse dia estava em Boston, realizando trabalho com famílias. Eu e meu esposo assistimos por uma TV espana.

Os olhos de milhares de pessoas também estavam voltados para seu novo presidente que, emocionadas, ali se fazia presente para a cerimônia, esperançosas de que uma nova era para o mundo está se iniciando.

Entretanto, o que mais me chamou a atenção foi outro olhar - de Michelle Obama. Enquanto seu marido pronunciava o juramento de posse, seus olhos, fixos no rosto dele, denunciavam um maravilhoso brilho de admiração. Fiquei emocionada. Me fez pensar... Michelle é uma mulher bonita, jovial, inteligente, mãe competente, em franca ascensão profissional, admirável...

Porém, ser tudo isto não a faz sentir-se melhor que o marido. Não a faz sentir-se tão importante quanto ele.


Ao dar início a campanha presidencial Michelle fez um acordo com o marido. Ela o apoiaria, mas ele teria de estar com as filhas uma vez por semana. O acordo foi cumprido. Que bom exemplo: o dela por tomar tão importante iniciativa, o dele por cumprir o prometido.

O casal está casado há dezesseis anos. Entretanto, é comum vê-los trocando olhares de cumplicidade, sorrisos e beijinhos em público. Muitos podem pensar que um casal, após tanto tempo casados não mais demonstre carinho em público. Enganam-se. Isto é importante em casa ou em público. Demonstração de amor e carinho dá vitalidade, tranquilidadetranqüilidade e segurança ao relacionamento conjugal.

Michelle Obama é advogada, formada em Direito e Sociologia nas prestigiadas Faculdades de Princeton e Harvard, é vice-presidente de assuntos externos e da comunidade dos Hospitais da Universidade de Chicago. Mas nada disso a impede de ser mãe competente.

Faz questão de estar presente na vida das filhas: Malia, 10 anos e Sacha, 7. Seu discurso em todo o tempo de campanha foi de que ela é apenas mãe e mulher do candidato, não de profissional da política. Que assim seja, Michelle!

Que assim seja para todas as mães! Não há que confundir a importância dos papéis. O papel de profissional e interesses outros, por mais importantes que possam ser, não podem ser prioritários ao papel de mãe e esposa. Também não podem ser prioritários ao papel de pai e marido.

Sei que é perigoso eleger pessoas que mal conhecemos como exemplo. Só o futuro nos mostrará Michelle Obama como esposa e mãe no exercício de primeira-dama dos EUA.

Será que ainda poderemos tomá-la como exemplo? Espero que sim, pelo bem de sua própria família.

Mas, por ora, quero guardar na memória seu olhar e torcer para que cada esposa possa dirigir o mesmo olhar para seu esposo. E ir além - dizer para ele o quanto o admira e ama.
Quero terminar direcionando-lhe uma pergunta reflexiva, caro/a leitor/a.

Você é um marido digno de admiração? Que tipo de homem você tem sido? O que você tem feito para ser admirado por sua esposa, por seus filhos? Para ser admirado é preciso que você seja um homem admirável.

Você é uma esposa que admira seu marido? Que reconhece o que ele tem e faz de bom? Com que olhar você tem olhado para seu marido? Que palavras tem lhe dirigido? São olhares e palavras de apreciação, apoio e incentivo? Você quer ser amada. Mas está sendo uma mulher amável?

Apenas um olhar... Para você mesmo/a.

Apenas um olhar...

Não para ser percebido e registrado para o mundo.

Que seja apenas um olhar percebido e registrado no coração daquele/a que tem compartilhado uma vida com você.

Autor(a): Elizabete Bifano  
Fonte: www.amofamilia.com.br