A Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira diz que “o
batismo e a ceia do Senhor são as duas ordenanças da igreja
estabelecidas pelo próprio Jesus Cristo, sendo ambas de natureza
simbólica” (artigo 9). Enquanto o batismo, marco inicial da vida cristã e
condição para ser membro de uma igreja local, é um evento único, a ceia
do Senhor é uma prática recorrente, celebrada até a volta de Cristo em
cultos regulares.
Por que os cristãos biblicamente batizados devem fazer um esforço
extra para participar da ceia do Senhor sempre que sua igreja local for
celebrá-la? Há, pelo menos, três respostas bíblicas.
Primeiro, porque a ceia é um mandamento do Senhor. As ordenanças da
igreja não são invenções humanas, mas instruções divinas. Além do
batismo (Mt 28.19-20), Jesus fez dela uma prioridade perpétua quando
tomou “o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo:
‘Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto [sempre] em
memória de mim’” (Lc 22.19).
Foram os apóstolos que pessoalmente
receberam pão e vinho, acompanhados do mandamento de Jesus, mas, ao
estabelecerem a ceia do Senhor nas igrejas que eles organizaram (1Co
11.23-26), haviam entendido que esse memorial não deveria ser celebrado
por eles apenas. É mandamento do Senhor que a igreja celebre a ceia até
que ele venha (1Co 11.26).
Segundo, o crente deve participar da ceia porque ela é o memorial de
Jesus Cristo. Paulo, instruindo a igreja de Corinto, declarou que Jesus,
“tendo dado graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é dado
em favor de vocês; façam isto em memória de mim’. Da mesma forma, depois
da ceia ele tomou o cálice e disse: ‘Este cálice é a nova aliança no
meu sangue; façam isso sempre que o beberem em memória de mim’” (1Co
11.24-25). A ceia, portanto, é, ao mesmo tempo, o memorial de uma
pessoa: Cristo (“façam isto em memória de mim”), e de um acontecimento: a
crucificação (“Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês”).
Terceiro, o cristão deve participar da ceia porque ela anuncia a
mensagem do evangelho. No verso seguinte do texto de Paulo aos
coríntios, pode-se constatar que ela é muito mais do que uma grata
olhada para o passado: “Porque, sempre que comerem deste pão e beberem
deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha” (1Co
11.26). O evangelho da graça, celebrado na ceia do Senhor, revela o
sacrifício de Jesus por nós (1Co 11.24-25), requer a santificação
progressiva daqueles que foram salvos: “Examine-se cada um a si mesmo, e
então coma do pão e beba do cálice” (1Co 11.27-29), e relembra a igreja
em celebração da segunda vinda de Cristo: “vocês anunciam a morte do
Senhor até que ele venha” (1Co 11.29).
Inaugurar a ceia, Jesus disse aos discípulos: “Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer” (Lc 12.15). A razão para um desejo tão intenso da parte do Senhor estava no significado da grande missão representada na ceia celebrada pela igreja. A ceia simboliza tudo o que Jesus realizou pelo seu povo na cruz do Calvário, apontando o cristão para a grande esperança do céu. Portanto, “examine-se cada um a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice” (1Co 11.28).
Pr. Leandro B. Peixoto
Pastor da Igreja Batista Central de Campinas – São Paulo
Pastor da Igreja Batista Central de Campinas – São Paulo
Fonte> adiberj.org