Quem é o seu Deus e quem é o Deus de sua igreja?

“Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” (1 João 4.8 – RA)

No entendimento do apóstolo João, o que o cristão conhece de Deus é atestado por sua capacidade de amar. Na sua visão, à medida em que intensificamos nosso relacionamento com Deus, e portanto o conhecemos melhor, mais disposição temos para amar e mais praticamos atos de amor.
Amor no texto não é ideia abstrata ou sentimento teórico. Trata o texto da prática de atos de amor, ações denotadoras de amor. Não declarações de amor vazias de significado, tampouco discursos despidos de atitudes. Aquele que sabe quem é o Deus a quem serve e segue, ama de verdade, pratica ações objetivas de amor.

Atos revestidos de bondade, respaldados pelo desejo de ajudar e beneficiar o outro. Como ajudar quem precisa, perdoar o que erra, compreender o que não nos agrada, cooperar com aquele de quem discordamos, enfim, amar de fato.


Incrível como há crentes que se outorgam o direito de ignorar, não perdoar, julgar e até sentenciar o outro! Que se permitem sentirem-se superiores, mais santos, em posição espiritualmente superior ao outro!

É precisamente esta atitude de anti-amor, este comportamento avesso à bondade inerente ao amor genuíno, que nos autoriza as perguntas que encimam este texto.
Ao vermos esses crentes carrancudos, senhores da razão e donos da verdade, não conseguimos evitá-la: Quem é o seu Deus? Ou, quem é Deus de sua Igreja? Pois, se somos a Igreja, o nosso Deus é também o Deus da nossa Igreja.

Assim, antes de sugerir uma investigação teológica, que nos levaria para os compêdios e declarações doutrinárias, as indagações iniciais nos sugerem uma reflexão sobre que Deus demonstramos seguir a partir dos atos que praticamos ou dos que escolhemos não praticar.

O apóstolo João apresenta a essência de Deus: Amor. Em última análise, Deus é amor. Por isso enviou seu único filho (João 3.16) para morrer por nós, pecadores, (Romanos 5.8); a fim de nos recriar (2 Coríntios 5,17) para que façamos o bem a todos (Gálatas 6.10), inclusive a quem nos fizer algum mal (1 Tessalonicenses 5.15). E então todos testemunharão os nossos atos de bondade e renderão glórias a Deus (Mateus 5.16), identificando-nos como discípulos de Jesus Cristo (João 13.35). Ou vivemos assim, ou o que estamos fazendo nada mais é do que reeditarmos o farisaísmo hipócrita do primeiro século, tenazmente confrontado por Jesus. Portanto, em casa, no trabalho, nos relacionamentos e em nossas igrejas, respondamos, com nossas ações, quem é o nosso Deus!