ESTÁTUAS DE SAL (ISRAEL BELO DE AZEVEDO)

Lemos a dramática narrativa do destino das cidades contíguas (Sodoma e Gomorra), por quem Abraão orou, mas não foi completamente atendido, porque seus habitantes eram muito maus e não se arrependeram, embora tivessem tido a oportunidade de o fazer, tendo Deus lhes enviado anjos.

Gostamos da atitude de Ló e afirmamos que, se estivéssemos lá, faríamos como ele fez. Reprovamos o que fez a sua esposa, creditando-lhe uma tola desobediência que lhe custou a vida.
Antes de escolher rapidamente a personagem com quem melhor nos identificamos (Ló, sua esposa, suas filhas ou os de desejos abomináveis), devemos pensar. Reflitamos no perfil da esposa e mãe da história.


Se estivéssemos em Sodoma-Gomorra, sairíamos com Ló, arrastando suas filhas, ou como a esposa de Ló, que se desgarrou dele para permanecer na cidade de onde tinha que sair?
A esposa de Ló tomou uma decisão. Pagou com a vida, quando Deus a transformou definitivamente numa estátua de sal.

Podemos ser estátuas de sal, de onde sai... sal, sal em excesso é inútil, sal que empedra e não serve mais, sal que abre ainda as feridas já abertas.
Somos estatuas de sal quando não prestamos atenção ao que Deus nos diz e vivemos como achamos que é certo.

Somos estatuas de sal quando somos amargos, carregando fardos que petrificam nossas veias, por onde a ternura não trafega.

Somos estátuas quando guardamos uma raiva dentro de nós, que represamos até sob a forma de sorrisos falsamente gentis ou mesmo de ironias e sarcasmos.
Somos estátuas de sal quando não perdoamos quem nos ofendeu, não pedimos o perdão a quem machucamos, não nos perdoamos nem quando confessamos a Deus o nosso pecado.

Somos estátuas de sal quando gostamos da vida que levamos, mesmo quando distantes de Deus.

Quem queremos ser?

Se formos como Ló, haverá uma vida nova pela frente, que recomeçou, depois de perdido tudo.

Se formos como a esposa de Ló, continuaremos sendo estatuas de sal, que parecem vivas, mas estão mortas.

Rejeitemos ser a esposa de Ló, mesmo que as dores, as ofensas, os abusos, os ataques, as frustrações, às decepções nos tenham petrificado ou estejam ponto de nos petrificar.
Tendo escolhido ser Ló, peçamos a Deus que nos dê sabedoria, saúde e santidade, para alcançarmos nosso lugar na montanha.

Fonte: www.prazerdapalavra.com.br