A aposentadoria é outro capítulo que pode ou não ser cruciante. No começo é-a-lua-de-mel com a liberdade, a alegria de poder dispor das horas, a satisfação de esquecer horários. Mas a lua-de-mel acaba e pode vir a depressão. Quem disse, porém, que ser aposentado é sinônimo de "colocado no aposento", encostado, cansado, posto de lado?
A igreja deve ajudar os seus membros a atingir com plenitude suas fases evolutivas, à medida que se desenvolve em cada passagem da vida. Ajudar o idoso a não perder sua identidade, sua independência, a conhecer-se a si próprio, a se abrir para a verdade, a descansar criativa e construtivamente. Que tal uma segunda carreira? Ou ensinar o que sempre fez na vida profissional? E a possibilidade de um trabalho voluntário na igreja? Ensinar um artesanato, bordado, tapeçaria? Precisamos de um jardineiro, de pintores, de profissionais outros. Por que não dar da sua experiência voluntária e graciosamente à igreja? Ser idoso não é encarquilhar-se, não! É devolver a Deus o que de Deus recebemos.
A vista está diminuindo? Diga a Deus: "Senhor, recebe um pouco mais de meus olhos"; as pernas que suportavam uma caminhada do Farol à Praça da Sé, hoje não agüentam subir a Ladeira da Barra, diga ao Senhor: "Pai, eis um pouco mais de minhas pernas". E aí o Senhor vai aplicar ao irmão, a irmã, a expressão da parábola dos talentos: "Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor" (Mt 25.23). E se sua oração tem sido a do Salmo 71.9: "Não me enjeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se forem acabando as minhas forças", a resposta do Senhor será: "Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como cedro no Líbano. Estão plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos" ( Sl 92. 12-14a). "O Topo da Montanha" (Leclercq)
"Quando se escala uma montanha, a paisagem vai se descobrindo pouco a pouco, e finalmente, quando se chega ao topo, não se encontra mais que pedras e neves, mas, dali a vista é magnífica. Já não se pode mais subir, se não ir para o céu. O mesmo acontece com a velhice. Ao longo da vida subimos por centenas de caminhos, às vezes sinuosos, e pouco a pouco a paisagem se nos foi revelando; os que mandavam, dirigiam e protegiam nossa juventude desapareceram um após outros; depois os companheiros de jornadas também desapareceram. O indivíduo segue em sua caminhada e cada vez está mais só. O que chega à velhice termina como o alpinista no topo da montanha, e, quando volve o seu olhar, contempla a vida estendida diante de si mesmo como uma paisagem. Este é o ponto culminante, mas é também o fim do homem sobre a terra. Não há outra maneira de avançar senão a de ir para o céu".
É isso mesmo: a família cristã é uma comunidade de vida, de amor, de fé, e uma comunidade educadora. Precisa de ter objetivos bem definidos, cristã que é:
objetivo em si: "o que o Senhor deseja que minha família faça?"
O meio para atingi-lo: "Como o Senhor quer que minha família faça?"
A avaliação: "como saberemos que foi realizado?
Sendo, portanto, comunidade de vida, amor, fé e pedagógica, na ameaça da crise a expressão de profunda confiança, e de certeza de estar dentro da vontade do Pai, há de ser "Deus me fez crescer na terra da minha aflição" Gn 41.52b).
Fonte: www.amofamilia.com.br