Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem
semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne
colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá
a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio
colheremos, se não desanimarmos. Portanto, enquanto temos oportunidade,
façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé. (Gálatas
6:7-10)
Essa frase não visa amedrontar-nos. Seu objetivo é chamar nossa
atenção para o fato de que Deus conhece profunda e detalhadamente nossas
motivações, nossos objetivos; que, embora a liberdade seja a marca do
cristão, como tão bem Paulo esclarece aos Gálatas, isso não significa
que estamos livres das consequências das leis por Deus estabelecidas.
Elas continuam vigendo e produzindo seus efeitos.
Ela – a frase do título em epígrafe – não quer dizer que Deus está em
constante observação, avaliação e definição de recompensas para cada um
de nós. Indica que há princípios que devem ser observados se quisermos
construir ambientes favoráveis ao desenvolvimento social humano e da
vida como um todo.
Vale destacar, ainda, que Paulo não está discutindo a graça divina
nem o problema filosófico do mal, mas a responsabilidade humana e as
consequências das escolhas que fazemos, das ações que praticamos. Está
mostrando, portanto, que há uma relação íntima entre o que fazemos e as
consequências disso, inclusive no campo da ética.
Daí ele nos lembra de que, no exercício de nossa liberdade, devemos
ter consciência de estarmos nos permitindo agir norteados pelo Espírito
Santo ou por um desejo interior que desconsidera sua presença em nós,
denominado “carne”. Para traduzir e detalhar melhor a ideia que
apresenta, ele exemplifica mencionando elementos que caracterizam as
duas alternativas.
Pessoas norteadas por desejos que desconsideram a presença do
Espírito Santo têm sua conduta caracterizada por “imoralidade sexual,
impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia,
ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e
coisas semelhantes” . Já as que se permitem dominar pelo Espírito se
caracterizam por: “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade,
fidelidade, mansidão e domínio próprio”.
Claro que essas listas não abarcam todas as manifestações e o
significado e aplicação de cada palavra delas precisam ser analisados em
profundidade, mas são suficientes para exemplificar as consequências
das diferentes escolhas que fazemos.
Não se deve imaginar também que a presença ou ausência de elementos
de uma ou outra lista na vida de uma pessoa seja tão distinta como preto
ou branco, oito ou oitenta. Nossas limitações possibilitam que
elementos das duas se manifestem ocasionalmente.
Porém, a pessoa movida
pelo Espírito Santo têm consciência desses característicos e não agem
cinicamente quando os da “carne” prevalecem.
Sim, de Deus não se zomba. Não há ação sem reação. Não há decisão sem consequências. Pense nisso!
Pr. Edvar Gimenes de Oliveira
Pastor da Igreja Batista da Graça – BA
Fonte: adiberj.org