O cristão nominal

É o cristão de nome. Na verdade, tem o nome de cristão, mas não vive como cristão, ou seja, um pseudo-cristão. O que caracteriza um cristão nominal é a sua falta de compromisso com Cristo em função de uma experiência emocional e não espiritual. Conhece a Cristo de nome, mas não pela via do novo nascimento ou da regeneração. Conhece de casca, mas não na profundidade. Como Jesus mesmo disse: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está distante de mim; em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos humanos” (Mt 15.8,9). O Mestre diagnostica a nominalidade de muitos que O seguem, mas não O servem. Que gostam dEle, mas não O amam. Seguem como uma religião e não O servem com a natureza do Evangelho. Pode-se seguir a Cristo por simpatia, apegos a sinais ou milagres, por interesses escusos, para se ter uma religião e outros motivos meramente humanos. É ter o nome no rol de membros da Igreja, como uma assembléia, ou uma instituição, mas não ser membro da Igreja como Corpo vivo de Cristo.

O cristão nominal não quer obedecer, tomar a cruz, sofrer, testemunhar e servir. Ele não está comprometido com Cristo às raias da morte como muitos cristãos do passado (e até do presente) que morreram por cauda do testemunho do Evangelho. Ele não entende o desafio de Jesus em Mateus 16.24-27: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e segui-me.
Pois quem quiser preservar a sua vida, irá perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa, este a preservará. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a vida? Ou, que dará o homem em troca da sua vida? Porque o Filho do Homem virá na glória de Seu Pai, com os Seus anjos, e então retribuirá a cada um segundo suas obras”.

A relação do cristão nominal com Cristo está reduzida aos domingos como fazia na missa. Durante a semana vive como quer. Ele não tem consciência ética. Não conhece limites. Não busca uma espiritualidade saudável. Não considera a seriedade do evangelho, a leitura devocional das Escrituras, o investimento missionário, a ajuda aos pobres e necessitados, a seriedade com o seu corpo, a importância da Igreja, a comunhão profunda dos santos e sua influência no mundo. Ele não está interessado no cumprimento da Grande Comissão: “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes: Toda autoridade me foi concedida no céu e na terra. Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinado-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 28.18-20). Não contribui para o sustento dos ministérios da Igreja. Possui uma visão apequenada da Igreja. Para ele a igreja é uma agremiação como outras.

É muito triste ver como há cristãos nominais em nossas comunidades, descomprometidos com o evangelho do Reino, com o evangelho da graça. Para eles, Cristo é periférico e não central. É secundário e não primário ou prioridade. Ele não possui uma experiência cristocêntrica, mas egocêntrica. Não comunga das ordens ou dos imperativos de Cristo. Os seus interesses estão acima dos interesses de Cristo. A sua vontade é mais importante do que a vontade e a doutrina do Senhor. O cristão nominal é secularizado. Não há referenciais éticos, morais. Ele está conformado com o mundo, acenando todos os dias para ele. Participa de esquemas de corrupção ou acha isto normal nos dias de hoje. Nos seus relacionamentos na Igreja, usa uma linguagem religiosa. Nos seus contatos com o mundo, utiliza uma linguagem própria do mundo.


O cristão nominal precisa de novo nascimento, de uma experiência profunda com Jesus de amor e cumplicidade. Uma experiência de serviço, de diaconia. Ele necessita se arrepender dos seus pecados, crer na suficiência da obra de Cristo e obedecê-lo de todo o coração, sendo uma testemunha fiel em todo o tempo. Na verdade, necessita de uma identificação plena com Cristo na Sua morte e na Sua ressurreição (Rm 6.1-11). Ao se converter, não sendo mais nominal, ele testemunha corajosamente do Evangelho de Cristo è semelhança de Paulo quando ele diz: “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16). Para o cristão genuíno, o viver é Cristo e o morrer é lucro (Fil 1.21). Ele possui um imenso prazer em servir a Cristo dentro e fora do santuário sempre para a Glória de Deus Pai.

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Pastor da Segunda Igreja Batista em Barra Mansa – RJ