Aos companheiros de jugo pastoral, uma singela reflexão!

Empreendo no Senhor algumas colocações sobre a envergadura do ministério pastoral. Que honra, que privilégio servir a Cristo, o nosso Supremo Pastor! Ser ministro da Palavra significa, antes de tudo, exercer o ministério de Cristo, segundo Sua vontade. O ministério pertence a Cristo e é sempre, prioritariamente, para Ele. O Senhor Jesus é o nosso modelo de pastor que deu a Sua vida em favor de Suas ovelhas (João 10.14,14,28; 15.13-14). Devemos ser como Ele; andarmos como Ele andou (I João 2.6). É mister que tenhamos um conjunto de atividades nobres que visa a edificação dos crentes, a salvação dos perdidos e a Glória de Deus. Como ministros do novo pacto, devemos viver sempre para a Glória de Deus (I Coríntios 10.31).

O pastor deve ser um homem simples, do povo. Espera-se dele cordialidade, intrepidez, dedicação, amor, misericórdia e compaixão. Os companheiros de jugo pastoral devem ser mansos e humildes de coração (Mateus 11.29). Homens versados na Palavra e de palavra, prontos para a batalha diária, conscientes de que a luta é espiritual (Efésios 6.10-20).
O pastor deve ter a fé de Abraão, a ternura de Isaque, a persistência de Jacó, a coragem de Davi, a intrepidez de Elias, a simpatia de Isaías, a sinceridade de Jeremias, a firmeza de Daniel, a integridade de João Batista, o amor de João, o espírito evangelístico de Paulo, o desprendimento de Barnabé, a robustez de Pedro e a pureza de Timóteo.

O pastor sofre tempestades em sua vida, passa por bonança, mas ele sempre engrandece ao Senhor. Não está preso a circunstancias, reconhece claramente a Soberania de Deus na História. Ele aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação (Filipenses 4.12). O pastor ama, encoraja, cuida, alimenta, exorta e caminha a segunda milha com a ovelha de Cristo. O ministro de Cristo é o pai que, dia após dia, monitora os seus filhos – aqueles que Deus, por Sua graça e misericórdia, colocou sob a sua liderança. Ele ora e trabalha para o seu bem-estar. O seu prazer maior é agradar ao Senhor. Poucos são os pastores que glorificam o Senhor. Há aqueles que desejam a glória pessoal, gostam do pódio. Contudo, o maior prazer do pastor, chamado por Deus, é servir à semelhança de Jesus e viver a coerência do Evangelho (Mateus 20.28).

Companheiros de jugo, o Senhor nos chamou como homens comuns para um trabalho extraordinário. O ministério pastoral é relevante em um contexto de tamanha incredulidade, em um mundo de desafios para a nossa fé, em um mundo que jaz no maligno (I João 5.19). Um mundo marcado pelo egoísmo, individualismo, esteticismo, pela violência, corrupção, imoralidade e por desvios dos mais terríveis. A natureza de Adão, pervertida e má, tem ocupado espaços enormes. O espírito religioso dos escribas e fariseus tem entrado fortemente em nossas Igrejas. A frouxidão moral, ética, está se instalando dentro dos nossos arraiais. Mas o Senhor nos chamou para obedecermos a Grande Comissão (Mateus 28.18-20). Ele quer que façamos a obra de um evangelista e cumpramos cabalmente o Seu ministério (II Timóteo 4.1-5). Que preguemos a Sua Palavra como ela é (II Timóteo 4.2). Expô-la com integridade e sem medo. Ele nos chama para unirmos a ortodoxia a ortopraxia. A doutrina correta ao comportamento igualmente correto.

Fomos chamados à excelência da intimidade de Cristo para servi-lo com amor. Deus nos escolheu, nos vocacionou em Cristo Jesus para sermos pastores segundo o Seu coração, para que apascentemos o Seu povo com ciência e com inteligência (Jeremias 3.15). Devemos ter paixão pelo trabalho que nos foi outorgado por Deus em função da Sua maravilhosa graça. Vale dizer como o apóstolo Paulo, “Que somos o que somos pela Graça de Deus (I Coríntios 15.10). O ministério eclesial não é meritório, mas produto da Graça de Deus revelada em Cristo Jesus. Somente essa graça nos dá a percepção de quem realmente somos.

Meus amados pastores, devemos, como Jesus ensinou, ser simples como as pombas e prudentes como as serpentes (Mateus 10.16). O nosso Supremo Pastor exige de nós um caráter íntegro. Ele quer que sejamos puros como José, que foi assediado pela mulher de Potifar no Egito, e a resistiu no Poder do Senhor. O Pai quer que confessemos a Ele nossas culpas, incoerências e meninice (I João 1.9). Ele quer nos tratar em Sua graça. A Sua graça em Cristo Jesus sempre basta, pois o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza (II Coríntios 12.9-10). Ministério não se exerce no espectro da potencialidade humana, mas na suficiência do Senhor (II Coríntios 3.5).

Sim, somos companheiros de jugo para agirmos neste mundo na dependência plena do nosso Mestre. Devemos andar como Ele andou (I João 2.6). Tomar a cruz e seguir os Seus passos (Mateus 16.24- 27). Que a nossa vida não seja mais importante do que o ministério que recebemos do Senhor para darmos testemunho do Evangelho da Graça de Deus. Esse foi o testemunho de Paulo aos presbíteros de Éfeso (Atos 20.24). Louvado seja o Deus Pai pelo Seu dom inefá- vel em Cristo Jesus, Seu Filho e Senhor nosso, no poder do Espírito Santo.

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Pastor da Segunda Igreja Batista em Barra Mansa – RJ