E se Deus sair de férias?

O nosso Deus definitivamente não sai de férias. Ele não se cansa como nós cansamos. O nosso Deus é Espírito (João 4.24). Ele trabalha para aqueles que NELE esperam. “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu outro Deus além de ti, que agisse em favor daquele que nele espera” (Isaias 64.4). Ele está perto de todos os que O invocam e o fazem de verdade. É impressionante como Deus, nosso Pai, se importa conosco, está presente onde Ele quer estar. Ele é o nosso provedor e protetor na Pessoa do Filho. Não é homem para se estressar. 

O Seu interesse é sempre se revelar a nós por meio da Sua Palavra, em Jesus Cristo, na nossa consciência e na natureza criada que manifesta a Sua glória. Ele não só criou como mantém todas as coisas segundo a Sua soberana vontade. Ele não se agrada com o caos, mas com a ordem. O nosso coração deve descansar na Sua fidelidade.


O líder da Igreja pode e deve tirar férias, mas Deus não. O líder pode não estar na Igreja, mas Deus está. O pastor pode ficar trinta dias sem trabalhar na Igreja local, mas Deus trabalha todos os dias, incansavelmente para abençoar os Seus filhos de maneira exuberante. É triste constatarmos membros de Igreja que não participam do culto pelo fato do pastor estar de férias. Todavia, Deus não para de agir. Em todo o tempo o Senhor está presente na vida dos Seus filhos, atuando poderosamente. A ausência dos membros da Igreja nas férias pastorais denota imaturidade e dependência humana. Pastores vêm e vão, mas a Igreja permanece no lugar cumprindo a Missão deixada pelo Senhor Jesus Cristo.

Estar no templo, adorando como Igreja, é bíblico. A minha participação no culto não depende do líder, mas de Deus. Não vou à Igreja para ver pastor, mas para ter comunhão com o Senhor e com os membros da Igreja, meus irmãos amados. Igreja é relacionamento com o Senhor e com o próximo. Quantas vezes temos tido uma visão tacanha em relação à nossa participação na vida comunitária, quando fazemos um reducionismo meramente humano. Estar na Igreja pressupõe ser Igreja. Jesus criou a Sua Igreja para viver no templo (adoração, comunhão e serviço) e fora do templo (evangelismo, missões e ação social). Os membros do Corpo de Cristo devem estar juntos e diluídos na sociedade, expressando o Seu amor. A Igreja é o ambiente da aceitação, do perdão e da festa. Viver como Igreja é o resultado do ser Igreja.

Davi exclamou: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Salmos 122.1). A nossa alegria está em cultuar ao Senhor independente do líder ou pastor. Ser Igreja pressupõe o fundamento que é Cristo Jesus. Deixar de ir à Igreja porque o pastor está em férias é, no mínimo, uma atitude de irresponsabilidade. O cristão genuíno tem prazer no Senhor e se sente honrado estar com os irmãos. A Igreja primitiva se reunia para o partir do pão, para as orações e em cada alma havia temor. Não havia férias na relação com Deus e com o outro. Os irmãos tinham prazer na reunião de amor, na koinonia. O deleite deles era o Senhor, a Sua manifestação inequívoca na Pessoa do Espírito Santo.

Ser Igreja quer dizer viver a vida cristã conforme os ensinos do Mestre. Não deve haver faltosos na Casa do nosso Abba. Ela não é um museu para santos, mas um hospital para pecadores. Não é o pastor o anfitrião, mas o Senhor. O pastor é humano e frágil como era o profeta Elias (Tg 5.17). Ele é secundário e o Senhor, primário. O pastor é servo e não senhor. Deve servir sempre à semelhança do Supremo Pastor. O homem de Deus deve viver e pregar tão bem que as pessoas dirão: “Mas que Cristo maravilhoso ele expôs para nós!”. Deus se agrada quando vê Seus filhos levando-O a sério dentro e fora do templo, da Casa de Oração. O nosso Deus não é regido pelo tempo e nem pelas limitações humanas. Ele é o Senhor que labuta intensamente a nosso favor. Sirvamos a um Deus que não entra em férias.

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Pastor da Segunda Igreja Batista em Barra Mansa – RJ