A geração de cabeça baixa

Dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) indicam que o Brasil terminou junho de 2018 com 235,1 milhões de celulares e densidade de 112,44 celulares por 100 habitantes.É alarmante o número de pessoas de cabeça baixa usando celulares nas calçadas, nas ruas, encostadas nas paredes e esquinas da vida, nos pontos de ônibus, nas salas de aula, nos hospitais, nas prisões, atravessando faixa de pedestres, no carro, ônibus, trens. Há subserviência em relação à tecnologia, à mídia e a toda forma de massificação nesta sociedade pós-moderna. Com tantas formas de comunicação, nós estamos nos comunicando pessimamente. 

Os aparelhos têm sido mediadores nos diálogos. Eles estão tomando mais o nosso tempo e nos escravizando. O ser humano está se tornando robotizado, insensível, péssimo em relacionamentos de proximidade física. Esta é palavra de alerta para aqueles que ficam on-line como estilo de vida. Nossas crianças, já muito cedo, estão recebendo celulares de presente. Onde vamos parar?


A GERAÇÃO DE CABEÇA BAIXA É UMA GERAÇÃO DE PESSOAS DESCONECTADAS DO SOFRIMENTO ALHEIO.

Essas pessoas interagem com as máquinas e não com o próximo Tête à Tête. É uma geração, com raras exceções, de gente dispersa e alienada. Há, porém. Os que reconhecem a sua condição humana fraca, limitada, defeituosa, sendo consciente da grandeza de Deus. A geração de pessoas com cabeça baixa diante do celular está desaprendendo a lidar com gente, com o próximo, com as suas necessidades mais básicas. Jesus nos chama à humildade, prudência, simplicidade e solidariedade. A geração cabeça baixa está voltada para si mesma e com uma forte prática consumista. Uma geração fútil e desconectada do sofrimento alheio. Em alguns casos esses aparelhos, essa via de acesso, tem criado monstros. Produzido pessoas insensíveis.

A GERAÇÃO DE CABEÇA BAIXA NÃO É UMA GERAÇÃO DE PESSOAS ENVERGONHADAS.

Sim, envergonhadas com o seu pecado, seus desacertos; com a sua condição de vazio, futilidade e alienação. Envergonhadas com um investimento tão caro muitas vezes. Endividam-se para ostentar aparelhos sofisticados. Essa geração de cabeça inclinada para a tela do celular de forma doentia não se envergonha com a pobreza, a miséria e o desespero de tanta gente neste país. Precisamos nos envergonhar e nos indignar com a corrupção, injustiça, hipocrisia, frieza, egoísmo, omissão, pornografia, pedofilia, com as drogas, com o tráfico de mulheres, com a saúde precaríssima, com governos corruptos e incompetentes, que gastam mais do que arrecadam, etc.



A GERAÇÃO DE CABEÇA BAIXA É A GERAÇÃO NÃO DA TECNOLOGIA COMO SERVA, MAS DA TECNOLOGIA QUE ESCRAVIZA, QUE SE TORNA SENHORA, DOMINANTE.

Essa geração está voltada para os aparelhos sofisticados, para tocar as imagens e não o próximo. Inclinada para a comunicação, mas que, na verdade, não se comunica. Que valoriza a informação pela informação. Uma geração que está adquirindo problemas físicos sérios de coluna, postura e visão (funcional, das necessidades e estratégica ou longo alcance), pois cada atitude tem uma consequência.

A GERAÇÃO DE CABEÇA BAIXA NOS DESAFIA.

A nossa resposta a essa geração deve ser: orarmos mais, meditarmos mais nas Escrituras, fazermos amizades sinceras e agirmos com amor e solidariedade (Atos 10.38). Devemos evangelizar muito mais, aproveitando muito bem cada oportunidade. Criarmos na Igreja muito mais comunhão por meio dos Pequenos Grupos. A desenvolver projetos de alcance dos que estão viciados nos aparelhos. Promovermos celebrações, mais comunhão entre as pessoas. Há muitos que estão doentes, que são viciados dos aparelhos e suas informações, jogos, etc.  Precisamos desenvolver um programa eficiente de aconselhamento bíblico. Promover mais diálogo. Orientar o uso equilibrado desse aparelho que não deixa de ter o seu valor e ser muito útil.



Diante do exposto, que tipo de cristão ou cristã sou? Que baixa a cabeça em todo o tempo para os celulares ou dá prioridade às Escrituras, a conversar com o próximo, com familiares, ler um bom livro sobre a fé e outros assuntos edificantes? O nosso grande desafio é andarmos na contramão de tudo o que está aí. Não podemos nos conformar com o mundo (Romanos 12.1,2).

Sejamos a geração de cabeça baixa diante do senhorio de Cristo; diante das Escrituras; diante da majestade de Deus, Sua santidade; Sua soberania. Reconheçamos os nossos pecados e nos arrependamos, confessando e orando como Davi no Salmo 51.10: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro em mim um espírito inabalável”. Que a cabeça baixa seja um estilo de vida de oração com os olhos fechados diante de Deus e não um estilo de vida com os olhos abertos diante de uma tela de celular.

Pr. OSWALDO JACOB)