Pai

Todos os dias ao amanhecer
Procurava pelo meu pai,
Corria para vê-lo pela janela,
Mas já era tarde demais...

Meu coração era de tristeza,
Por não vê-lo mais,
Sentia-me abandonado,
Sentia-me órfão de pai...

Pela noite o esperava ansioso,
Queria apenas um abraço,
Uma demonstração de carinho,
Queria o meu pai!

Consolava-me as lembranças em foto,
Quando em casa ele ficava,

Quebrando os vasos de casa,
Quando brincávamos de futebol. 

Era muito maneiro! Era muito legal!

Faz muito tempo que não vejo meu pai,
Não sei se está com barba ou cabeludo,
Se gordo ou magro,
Mas com certeza reconheceria o meu pai.

Não havia mais sorriso em meu rosto,
Até que um dia minha mãe perguntou: 
O que há contigo garoto? Vá brincar no quintal!

Qual o sentido sem o meu pai? Respondi naquele momento.

Com minha fala triste e longe de minha bola de futebol,
Imediatamente me abraçou e disse:
Seu pai está trabalhando para manter a casa,
Sai cedo e chega tarde, para não nos faltar o pão.

Você sabia que bem cedinho, todos os dias, ele olha para você,
E lamenta não poder brincar?
Ele sabe da nossa realidade,
E por isso, só pensa em trabalhar.

Apesar de bem pequeno entendi a situação,
Fiquei orgulhoso de meu pai!
Por isso, antes de sua chegada, 
Na porta de entrada, resolvi dormir no chão.

Um abraço bem apertado com certeza eu vou dar,
Para compensar os dias passados,
Quando na janela de meu quarto,
Eu esperava ele alcançar.

E vou dizer: Pai me orgulho de você!
Obrigado por nada nos faltar,
Mas, reserva um tempinho para mim,
A saudade é grande e contigo quero brincar.

Autor: Diac. Edson dos Santos